Popó vence e caos explode no Spaten Fight Night 2 em SP

set, 28 2025

Quando Popó, Acelino Freitas derrotou Wanderlei Silva por desclassificação no Spaten Fight Night 2 em São Paulo no sábado, 27 de setembro de 2025, poucos imaginavam que o ringue se transformaria num cenário de tumulto geral.

• Data do evento: 27/09/2025
• Local: Arena Alvallion, São Paulo – SP
• Resultado oficial: vitória de Popó por desclassificação
• Incidente: briga entre equipes culminou em nocaute de Wanderlei
• Paralelo: investigação criminal envolvendo Igor Freitas e Operação Derby

Antecedentes e tensão pré‑luta

O clima já estava carregado desde a manhã. Popó, ex‑campeão mundial de boxe, carregava a reputação de “baixá‑lo‑do‑pé” contra o lendário ex‑UFC, que já havia acumulado quatro cinturões. Nas redes, Popó acusava Silv​a de “três cabeçadas ilegais” que, segundo ele, violavam qualquer regra de combate. Já Wanderlei, conhecido como “Crocodilo”, não escondia a vontade de provar que ainda tem sangue de luta. Essa rivalidade alimentou provocações entre as duas equipes, criando um caldo quase explosivo antes mesmo do primeiro round.

Desfecho no ringue: desclassificação e briga

Ao término do terceiro round, o árbitro interrompeu a luta e declarou a vitória de Popó por desclassificação, apontando as supostas cabeçadas de Wanderlei. Foi nesse instante que a confusão ganhou força. Membros da equipe de Popó avançaram, enquanto touros da equipe de Silva reagiram. No meio da bagunça, Rafael Freitas, filho de Popó, foi identificado como o autor de um soco que nocauteou o veterano do UFC. O golpe deixou Wanderlei inconsciente por alguns minutos, gerando um silêncio tenso antes que seguranças o afastassem.

Reações e declarações dos envolvidos

Popó usou suas redes sociais para desmentir qualquer envolvimento do seu filho no soco. "Não foi meu filho que agrediu, a culpa é da equipe adversária", escreveu o baiano, ainda tremendo ao relatar o que considerou um ataque covarde nas costas. "Fui agredido de forma covarde, e isso não pode ser tolerado em nenhum ambiente esportivo", afirmou o pugilista, acrescentando que havia sido atingido por um soco de um treinador rival enquanto tentava se afastar.

Wanderlei, ainda hospitalizado, deu poucas palavras: "Eu só lutei dentro das regras. O que aconteceu depois não tem nada a ver com o meu mau desempenho". Atletas do UFC, como Kamaru Usman, manifestaram incredulidade nas redes, comentando que "nunca viu um filho de um boxeador nocautear um hall da fama do MMA".

Investigações paralelas: caso Igor Freitas e Operação Derby

Enquanto o mundo do combate tentava digerir o caos, outra polêmica surgia nos bastidores da família Freitas. Igor Gutierrez Freitas, outro filho de Popó, de 27 anos, foi incluído numa denúncia do Ministério Público do Paraná (MP‑PR). A denúncia aponta tentativa de aliciar jogadores do Londrina para que provocassem cartões amarelos contra o Mar**ingá na terceira rodada da Série C, em abril.

Segundo a investigação, Igor teria oferecido R$ 15 mil a pelo menos um dos três jogadores. A oferta foi feita pelo Instagram, onde o jovem se apresentava como "empresário e representante com acesso direto às maiores empresas do mercado nacional". O empresário Rodrigo Reis, sócio de Igor, também foi incluído no processo.

A Operação Derby, deflagrada em 12 de setembro de 2025, mobilizou o Grupo de Atenção Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecco). Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e dois de busca pessoal em Salvador e Itapema. Até o momento, o Londrina afirma que os jogadores abordados recusaram a proposta e que nenhum dos que receberam cartões na partida está envolvido.

Impactos e perspectivas

O episódio no Spaten Fight Night 2 trouxe à tona questões sobre a segurança nos eventos de luta. Organizadores do próximo Spaten Fight Night 3 já anunciaram reforço de seguranças e a adoção de protocolos de isolamento entre equipes, tentando evitar novos confrontos físicos fora do ringue.

Na esfera judicial, o caso de Igor pode levar a sanções severas para quem tenta manipular resultados de campeonato. Caso seja condenado, ele poderá receber pena de até dois anos de prisão, conforme a lei de crimes contra a ordem desportiva.

Para Popó, o futuro ainda parece incerto. Embora mantenha a vitória oficial, o pugilista enfrenta pressão de patrocinadores que temem associação a episódios de violência e crime organizado. "Vou me concentrar no que eu faço melhor – o boxe – e deixar que a justiça siga", disse ele em entrevista recente.