Corinthians busca combo de patrocínio de R$ 270 mi e nomeação do estádio

Corinthians busca combo de patrocínio de R$ 270 mi e nomeação do estádio

out, 5 2025

Segundo Samir Carvalho, jornalista da UOL Esporte, o Corinthians iniciou, em 1º de outubro de 2025, uma rodada de negociações inédita para fechar um patrocínio que combine direitos de nomeação do estádio e o contrato master de camisa. A jogada acontece logo depois de o clube ter anunciado a redução da multa rescisória com o atual parceiro, Esportes da Sorte, de R$ 120 milhões para R$ 30 milhões.

Contexto: por que o Corinthians está mudando a estratégia

Até então, a maioria dos clubes brasileiros tratava os direitos de nomeação e o patrocínio master como blocos separados, negociando cada um com empresas diferentes. A proposta corintiana, porém, busca concentrar todo o potencial de exposição em um único apostador, algo que até agora era raro no futebol nacional. "É como se você fosse ao supermercado e, em vez de comprar arroz e feijão separadamente, comprasse um combo que dá desconto e garante qualidade", explicou Carvalho.

O clube, cuja sede fica na Arena Corinthians, tem cidadania de lucro enorme no estádio, que reúne mais de 49 mil torcedores em cada partida. A ideia de vender o nome do local, avaliada internamente em R$ 70 milhões por ano, faria valer R$ 700 milhões ao longo de um contrato de 10 anos.

Detalhes financeiros do combo

  • Valor anual esperado para a nomeação: R$ 70 milhões (R$ 700 milhões em 10 anos).
  • Valor atual do contrato master com Esportes da Sorte: R$ 103 milhões/ano.
  • Meta do clube para o master: entre R$ 180 milhões e R$ 260 milhões/ano, dependendo de bônus e gatilhos de desempenho.
  • Valor total máximo do pacote combinado: cerca de R$ 270 milhões por temporada.
  • Multa de rescisão reduzida para R$ 30 milhões, permitindo mudança de parceiro sem risco financeiro elevado.

O Corinthians vê no aumento do master – que passaria de R$ 103 milhões para, ao menos, R$ 200 milhões – a chance de equilibrar o orçamento antes do fim da temporada e ainda garantir recursos para a reformulação da base.

Reações dos envolvidos

O representante de Esportes da Sorte, que preferiu permanecer anônimo, disse que a empresa está "avaliando a proposta com muito cuidado" e que "não é impossível ajustar os números, mas há limites internos de investimento".

Do outro lado da mesa, uma empresa de apostas ainda não identificada comentou que a oferta de um pacote completo é "atrativa porque simplifica a gestão de marcas" e permite "uma presença única em todas as áreas de visibilidade do clube".

Impacto no mercado de patrocínios esportivos

Especialistas em marketing esportivo apontam que o caso Corinthians pode virar referência para clubes como Flamengo, Palmeiras e São Paulo, que já negociam contratos superiores a R$ 200 milhões, mas ainda dividem “nome do estádio” e “patrocínio master”. "Se o Corinthians conseguir fechar esse combo, veremos uma corrida para consolidar direitos em poucos parceiros", afirma a consultora Mariana Alves, da agência SportsBrand.

O movimento também pode mudar a dinâmica das casas de apostas, que já competem em placares de TV e redes sociais, mas ainda não dominaram os espaços físicos dos estádios.

Próximos passos e cronograma

Próximos passos e cronograma

O clube estipulou que as negociações devem ser concluídas até o final de novembro de 2025, antes que a cláusula de rescisão volte a subir para o patamar original. Caso Esportes da Sorte não ofereça um plano que atenda ao mínimo estabelecido, o Corinthians já tem três apostas em fase avançada de conversa.

Enquanto isso, torcedores já começam a especular sobre o possível novo nome do estádio, que poderia trazer o nome de um operadora internacional, gerando debates acalorados nas redes sociais.

Antecedentes: como chegamos aqui

Em 2019, o Corinthians firmou um contrato master histórico com a própria Esportes da Sorte, valorizado em R$ 103 milhões ao ano, sem cláusulas de performance. Desde então, o clube aumentou sua receita de patrocínio em 15%, mas ainda depende de outras fontes como venda de jogadores e direitos de TV.

A tendência global, observada em clubes europeus como Manchester United e Real Madrid, mostra que pacotes integrados de naming rights + master podem ultrapassar R$ 300 milhões por temporada, o que faz o Corinthians estar alinhado com os melhores do mundo.

Perguntas Frequentes

Como a redução da multa de rescisão afeta o clube?

A queda de R$ 120 milhões para R$ 30 milhões permite que o Corinthians troque de patrocinador sem incorrer em um custo exorbitante, dando mais margem para negociar novos valores de contrato.

Qual seria o novo nome do estádio se o acordo fechar?

Ainda não há confirmação oficial, mas rumores apontam para nomes de operadoras de apostas internacionais, como "Bet365 Arena" ou "Betfair Stadium".

Quanto o clube espera ganhar com o master?

A meta está entre R$ 180 milhões e R$ 260 milhões ao ano, dependendo de bônus de desempenho, comparado aos R$ 103 milhões atuais.

Outros clubes brasileiros já fizeram pacotes semelhantes?

Até agora, poucos clubes tentaram combinar naming rights com master em um só acordo; o Flamengo tem contrato master superior a R$ 200 milhões, mas ainda mantém o nome do estádio separado.

Qual o impacto para os torcedores?

Além de possíveis mudanças no nome da Arena, a receita extra pode ser investida em contratações, infraestrutura e projetos sociais ligados ao clube.

1 Comment

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    Matteus Slivo

    outubro 5, 2025 AT 19:26

    O modelo de combo proposto pelo Corinthians representa uma concentração de ativos de marca que pode otimizar a gestão de recursos. Ao unir o naming rights do estádio ao contrato master, o clube reduz a necessidade de múltiplas negociações e assegura um fluxo de caixa mais previsível. A diminuição da multa rescisória para R$ 30 mi cria margem de manobra para buscar parceiros que ofereçam condições superiores sem risco financeiro excessivo. A estimativa de R$ 270 mi anuais coloca o alvoroço dentro dos patamares observados nos grandes clubes europeus. Estratégias semelhantes podem servir de referência para Palmeiras e Flamengo, que ainda tratam os direitos separadamente.

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